15/05/10

Perfume

O cabelo negro como breu, caía em suaves ondas sobre a pele aveludada dos ombros desnudados. As calças de ganga justas moldavam-lhe as curvas numas tenaz sensualidade. O corpo era esguio, mas os seios uma mão cheia perfeita. Os olhos claros, tão claros que, à primeira vista, quase pareciam sem cor, mas tão profundamente penetrantes que quebravam qualquer barreira interior. A voz quente, ressoava numa grata melodia. Nunca ouvi uma mulher com uma voz tão inatamente capaz de me provocar aquele arrepio até à profundidade da medula. Respirei com dificuldade quando se moveu e o seu odor envolveu o ar, ao mesmo tempo que me fixava num jogo telepático que me absorvia e me faria segui-la até ao fim do mundo. Nas narinas, na roupa, na pele, permanece arraigado o perfume que me manterá prisioneiro até à eternidade dos meus dias.


2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bonito!

escarlate.due disse...

poucas vezes dás um ar de tua graça Stranza mas quando dás, dás mesmo :)