27/05/09

alguém me explique como se eu fosse muito burra (que aviso já, não sou!)


Deixa lá ver se consigo entender…

As eleições servem para que se vote, supostamente em quem é competente para o cargo em eleição.

Até aqui não tenho qualquer dúvida.

Constitui-se uma lista eleitoral, com pessoas com ideais e objectivos, análogos, que ao unirem-se projectam um trabalho conjunto para supostamente alcançar resultados positivos.

Até aqui não tenho qualquer dúvida.

Homens e mulheres são seres humanos, com direitos e deveres como tal e num país supostamente civilizado nenhum cidadão deve ser descriminado pelo sexo, religião ou cor.

Continuo a não ter dúvidas.

Na raça humana encontramos seres mais ou menos capazes, mais ou menos aptos para uma ou outra função.

Mais uma vez sem dúvidas.

Qualquer lista eleitoral deve ser obrigatoriamente composta por um terço de seres humanos de género feminino.

Não importa se pertencem ao grupo “menos capazes” ou ao grupo “menos aptos” não importa sequer se não têm a mínima competência, até podem ser umas abéculas do caraças (passo a expressão) desde que sejam mulheres.

Uma lista eleitoral não pode ser constituída apenas por homens, mesmo que sejam as maiores sumidades na matéria, os personagens perfeitos para o cargo, os melhores trabalhadores do mundo, um poço de competência.

E pergunto eu: uma lista eleitoral pode ser constituída na sua totalidade por mulheres, mesmo que sejam a maior aberração da humanidade?

O que é que o sexo do personagem tem que ver com o assunto??

Lei da Paridade?

Haja paciência!! Muita paciência!!!


26/05/09

na recta final (final?...)

Depois de saltar de alegria por ter entrado, ao ponto de fazer figurinha de gaseado enquanto caloiro, a vingança posterior, as loucuras, os desregramentos.

Quando se arrumam os calhamaços lidos e relidos, se guarda a papelada, as cábulas e as horas passadas a queimar pestanas.

Agora que as borgas ficam para recordação, os copos, a cerveja em excesso, as farras.

Na hora de deixar a bagunça do quarto no apartamento partilhado por mais meia dúzia de malucos, em despesas divididas, tarefas partilhadas.

No abraço ao amor que é para a vida ou na despedida do namoro que afinal apenas durou aquele tempo e agora cada um regressa à terra que o viu nascer.

No adeus aos amigos de todos os dias, das cumplicidades, dos disparates e das noites mal dormidas.

Após queimar o símbolo da vitória, desfilar na amálgama de abusos de quem eufórico acredita que a luta terminou, acreditem… ainda agora vai começar e essa luta só vencem os bons, os melhores.

Bem-vindos ao outro lado da barricada.


Boa sorte gente :)


20/05/09

as pupilas da senhora doutora

um excelente texto de opinião sobre a notícia que abalou pais, professores e alunos


remeto os comentários para o original a ler aqui


Are you ladraiting to me?!?

Há rafeiros engraçados e outros mesmo chatos que nos mijam os pneus do carro. Há lulus com luluas que os levam a passear e conspurcam a via pública, como se aquilo mais não fosse que um enorme wc.

Há perfumes de odor agradável que colocados sobre uma pele lavadinha deixam no ar um toque de frescura. Outros há que por melhores que sejam, não conseguem de todo apagar aquele cheiro nauseabundo emanado de corpo que vê perfume mas não vê água.

Há pessoas capazes de nos fazer rir e capazes de se rirem de si mesmos, o que é bem mais difícil. Pessoas que fazem da vida uma festa, porque afinal, se olharmos atentamente, o dia-a-dia de cada um de nós tem tanto de hilariante quanto o que cada um de nós for capaz de ver.

Depois… há pessoas que se armam em escritores e sob a capa de rafeiros se envolvem num mágico perfume capaz de nos fazer rir, com nada mais nada menos, que o fantástico dia-a-dia.



(clique na imagem)



17/05/09

Não sei se na versão masculina também resulta, mas na feminina parece ser tiro e queda.

Nunca entendi muito bem porque razão circulam imensos automóveis nas estradas, aliás de dia para dia cada vez são mais, nem os impostos, nem a crise e nem tão pouco o preço da bebida de que se alimentam faz abrandar a reprodução, que nem cogumelos na floresta ou coelhinhos férteis. Mas o que realmente nunca percebi foi porque diabos havendo tantos de todas as cores, feitios, qualidade (e falta dela), tantas marcas e modelos, aqueles senhores embicam sempre em fazer parar o meu que até é maneirinho, discreto, vulgaríssimo.

Este facto faz com que todo o cuidado seja pouco (e esse cuidado não é propriamente o meu forte) e tudo esteja sempre em ordem, sem que nada seja esquecido (o que de todo não é mesmo (!) o meu forte). Assim sendo, corro sempre sérios riscos de a coisa dar para o torto. Vale-me por vezes a simpatia, a paciência e mais qualquer coisinha que alguns daqueles senhores felizmente (para mim) têm.

- Bom dia. Documentos, sff.

Abro a mala, retiro da carteira o imenso lençol substituto da carta que demora “no mínimo 4 meses” a renovar – disse a funcionária e nem a minha pergunta “mas quem dá despacho a isso ainda está a aprender a escrever o nome?” a demoveu ou fez reduzir o tempo e em vez de resposta apenas obtive um singelo sorriso cúmplice – mais o BI, que eu ainda não tenho aquele cartãozinho engraçado com uma minúscula foto do lado esquerdo que é preciso uma lupa para ver. E eis que quase entro em pânico! cadê a porcaria da carteira dos documentos da viatura???? Tou lixada!!!”

Valeu-me um rasgo de luz, enquanto o senhor de carta e BI na mão dava a volta ao carro, até se quedar de novo junto à minha janelita aberta, olhando para o banco traseiro onde certamente viu as garrafas de água, casacos, mochila no portátil, a pasta, livros, papéis, dossiers, pacote de bolachas, chapéus-de-chuva... Abri a portinhola do porta-luvas que à excepção de luvas tem de tudo um pouco (sorte a minha fazer daquilo caixote do lixo), desde talões de supermercado, de multibanco, recibos de contas, papéis do tempo da minha trisavó, cartões que provavelmente já passaram de prazo, post it que me vão deixando ou deixo eu no carro para não me esquecer de algo, mais os papelinhos dos parquímetros, o cartão de estacionamento, o pacote dos lenços de papel, o talão do macdrive, and so on. Saco o amontoado e com o ar mais angélico que me foi possível, estendo-o ao senhor

- Importa-se de procurar o que interessa, creio que está tudo aí e eu não sei bem quais são, nem sempre ando com este carro… (o que não é de todo falso, pois por vezes ando a pé ou de bicicleta)

Simpaticamente o senhor passou os papelinhos e cartõezinhos um a um e devolveu-me tudo com um lindo sorriso (é verdade! Ele tinha mesmo um lindo sorriso)…

- Obrigado. Pode seguir. Boa viagem.

É que nem pestanejei!!! Arranquei de imediato!!