29/08/09

não conheço sapatilhas que se movam sozinhas...

Mãe, eu não deixei cá as minhas sapatilhas brancas?

Sim…

Mas não estão no armário…

Elas não andam sozinhas.

Ok ok onde estão?

Varanda…?

Mãe isso já foi no fim-de-semana passado!

É bem provável…

MÃEEEE

Sim…?

As sapatilhas têm os atacadores estragados.

É bem possível, elas não andam sozinhas mas as gatas sim, filho, com a agravante que têm dentes e garras.



28/08/09

...










Gosto da paz das minhas paredes. Da tranquilidade do meu silêncio.

Refresca-me.

Conforta-me.

Gosto da copa da árvore por onde passam frechas de luz cintilante.

Que me tranquilizam.

Aceitam.

Gosto do brilho do mar e dos golfinhos.

Atraem-me.

Acalmam-me.

Ensinam-me…

Golfinhos…

Sempre gostei de golfinhos…


24/08/09

tv

cada vez me convenço mais que não tenho vocação para tv...
aliás a tv também não tem muita vocação para mim...
e os programas também não parecem ser aliciantes...
prova disso é que... pifou!
era uma vez uma tv...
ora, que se dane, há coisas para as quais tenho muito mais vocação!
há coisas que têm muito mais vocação para mim!
há coisas muito mais aliciantes!
e que não pifam!!!!


:)


17/08/09

ao vento... por um tempo...

Fechou a janela para que o vento não entrasse. Ou o tempo não saísse…

Sentou-se no cadeirão. Aquele. O tal. Recostou-se de cabeça reclinada, o cérebro ausentou-se.

Passou tanto tempo… aprendeu ao longo dos séculos a esconder sentimentos. Camuflá-los. Abrigá-los de tempestades. Demorou. Penou. Mas aprendeu. No sufoco da lágrima que não escorreu. No silêncio da palavra que não proferiu. Na ausência do acto que não aconteceu. Agora… o grisalho da barba cobre-lhe a face e a nuca. As mãos enrugadas agarram o copo. Vazio. Agora… será tarde demais para reaprender. Habituou-se. Habitou-se naquele espaço só seu, onde monstros estranhos se baloiçam em amena dança singular, que só ele vê.

Agora… o tempo passou. Marcou… o tempo. Sempre o maldito tempo…

E ele daria a vida por um momento…

Lá fora, o vento…



13/08/09

silêncios

Não me peças para falar, não me obrigues a calar. Não me faças morrer no que não quero reviver. Não me atormentes, não me perturbes, não me abanes a tranquilidade. Não me quebres, não me partas, não me abras as fendas coladas. Não me imponhas, não te anules. Não te fundas em mim. Não grites, não repitas, não te embriagues em palavras inúteis. Como ébrio impotente. Basta-te ser, basta-te estar, basto-me assim no silêncio inebriante de quem sente. Em paz. Sem falar nem calar.