Deu-lhe imagens de ternura, qual Colombina e Arlequim. De desejo, de carinho, da paixão que sufocou.
Nessa noite choveram sorrisos. Sorrisos de riso em olhos de água. Na sede que não saciou.
Deu-lhe imagens ocas, vazias, sem dó, que devorou, consumiu, arrecadou.
Nessa noite trovejaram raios. Iluminaram-se os céus de relâmpagos estridentes. Enlutou.
De olhos cerrados sonhou. Voou como pássaro liberto em céu aberto. Vagueou.
Sem futuro, sem além, sem o dia após a noite. Guardou. Fechou a cadeado. Calou. Silenciou.
Acorda Colombina nos braços de Pierrot roubado a Arlequim.
É sonho?
Não!
É onda errante em mar submerso do azul estrelado, num castelo inacabado na areia de mim.
E de ti…
“I dream of rain
I dream of gardens in the desert sand
I wake in pain
I dream of love as time runs through my hand
I dream of fire
Those dreams are tied to a horse that will never tire
And in the flames
Her shadows play in the shape of a man's desire”