Gente com um G enorme

Há gente e locais que entram na nossa vida de forma algo abrupta, quando o céu nos está a cair em cima, quando todos os deuses nos abandonam, o diabo conspira contra nós e o mundo se tinge de negro.

Depois, quando o céu nos prova que não sai do alto do seu esplendor, o Sol volta a raiar, os deuses regressam ao seu pedestal, o diabo adormece, o mundo se torna colorido e nós percebemos que a tempestade se acalmou e a trovoada já não se ouve, as gentes e locais acabam por permanecer.

Tomamos consciência que, afinal, entraram na nossa vida porque tinham de entrar e lá permaneceram contra todas as marés. Finalmente, tornaram-se parte integrante dessa vida que é a nossa e já não sabemos viver sem eles.

Talvez porque lhes invejemos aquela enorme capacidade de se abstraírem de tempestades, de aceitarem o clarão dos relâmpagos, o som assustador da trovoada, o vento que lhes corta o coração e fazerem da vida uma festa. Ou, talvez, porque admiremos aquele riso alucinado com que vivem até ao último momento e apercebemo-nos que por muitos anos que vivamos, eles terão sempre muito mais a ensinar-nos do que nós a eles.

estes são sem sombra de dúvida os meus heróis