anda é bom, não anda não presta! o resto é paisagem

Gaja que é gaja (ou gaija se preferirem) nutre por aquele bichinho de quatro patas curvas, um sentimento perfeitamente incompreensível por parte do sexo, apelidado de forte vá-se lá saber porquê. Sexo esse, que além das piadas que até me fazem rir e são, frequentemente, ajustáveis, reconheço-o, também se encarrega de fugir como é normal em qualquer sexo apelidado de forte, cada vez que nós gajas (prefiro o termo mulher, mas vá lá, desta vez passa) lhes aparecemos com um.

Justifica-se plenamente essa evasão e a aversão que nos têm por não distinguirmos uma vela duma correia seja ela de transmissão ou de outra porcaria qualquer, que eu olho para aquilo como quem olha para um boi a voar.

Pelo menos para mim, o bicho pode ser preto, branco ou cor de burro quando foge, que tanto me faz; é-me completamente indiferente se tem linhas aerodinâmicas porque não tenciono planar com ele, ou se as linhas são curvilíneas e sedutoras, porque quando muito durmo dentro dele mas nunca com ele. Como se diz em gíria, estou-me borrifando se é top model já que não me passa pelo sentido desfilarmos juntos em passarelas. Embora saiba trocar-lhe os chinelinhos e alimentá-lo (também era exagero não saber coisas tão básicas e ver o óleo e dar-lhe água, pronto até sei umas coisinhas), não me peçam para perceber e muito menos identificar, se sofre de engasgos, entupimentos esófagos ou tosse convulsa.

A única qualidade que lhe exijo é que não me falhe, especialmente durante a noite.

Defino-o com uma frase simplória: anda é bom, não anda não presta! Mais linear que isto é impossível. Quanto ao resto, troco de lugar com todo o prazer, com o tal sexo forte, que sendo tão forte nunca percebi porque muda de cor e fica estático e mudo, cada vez que descobre que já rebolei em três.

Enfim, uma semana a atazanar-me o juízo, acho que já chega e é demais, portanto se voltas a chatear troco-te em menos de nada.