pesos

É sempre um alívio descartar de pesos de consciência. É que aquela coisa pesa para caramba e provoca uma cavidade desconfortável na almofada onde, pela calada da noite (calada quando os vizinhos não têm ideias… adiante), poisamos a massa encefálica.

Convenhamos que esses pesos são de certa forma incómodos, originando assiduamente uns laivos de urticária que alastram pelo corpo, extravasando frequentemente para o ar que nos envolve. Este fenómeno só é passível de ser interrompido revertendo a situação inicial, o que se torna um acto de veras complexo.

Apraz-me saber que quer eu própria, quer muitos dos que me rodeiam – e alguns embora me rodeiem, nunca os vi mais gordos ou mais magros – ainda temos capacidade de o fazer, por muito esquecidos que estejamos, o que significa que por muito tingido que esteja o mundo, o mesmo continua colorido e ainda podemos voltar a ajeitar a cabecinha e adormecer com alguma serenidade.

Aos que não conseguem, aconselho uma rigorosa, persistente e inútil dieta, até ao final dos seus sonhos ou… uma almofada em aço (inoxidável, de preferência).