prazeres

Fechou a porta atrás de si, poisou as chaves de casa e do carro sobre a mesa de madeira. Atirou o casaco para uma das cadeiras e largou a pasta no chão junto à secretária. Desabotoou os botões da camisa azul um a um, enquanto se dirigia ao wc. Clicou no interruptor do lado esquerdo da porta e a divisão iluminou-se de luz branca, deixando ver cada detalhe. Olhou-se ao espelho, passou a mão pela barba, fez uma careta e riu-se de si mesmo. Calmamente descalçou sapatos e meias, abriu a torneira da banheira obrigando a água límpida a escorrer. Desenvencilhou-se do cinto preto, abriu o fecho e, convicto, puxou as calças de ganga até as descolar por completo do corpo. Com uma mão foi tirando os boxers, enquanto a outra verificava a temperatura da água.

...

Enrolado na toalha branca com um L bordado, passou pela cozinha e regressou à sala. Refastelou-se no sofá com um sorriso nos lábios. Finalmente estava ali com ela. Sonhara com isso o dia inteiro. Imaginara-se exactamente assim, toda a manhã. Nem as sedutoras pernas da colega lhe desviaram o pensamento, pela tarde. Olhou-a fixamente, como quem observa uma deusa. Notou a excitação a percorrer-lhe o corpo nu. Agarrou-a com firmeza. Sentiu nas mãos a frescura. Introduziu, deliciado, o dedo da mão esquerda. Chupou-o, lambeu-lhe a humidade, degustando o paladar único. Aproximou os lábios, tocou-lhe ao de leve com a língua e suspirou de prazer. Admirável! Encantadora! Loira hoje, preta amanhã! Apreciou o apetite que ela despertava. Passou-lhe de novo os lábios levemente, entreabriu a boca e tomou-a ávido de cobiça, sorvendo até à última gota aquela aprazível cerveja.